Com dólar acima de R$ 5,50, agro pode ter novo cenário em 2025, projeta Cepea

Com dólar acima de R$ 5,50, agro pode ter novo cenário em 2025, projeta Cepea Faturamento em dólar com as exportações brasileiras do agro recuou 1,3% em 2024 Agrolink - Aline Merladete Publicado em 06/02/2025 às 17:07h. Compartilhe: Indique a um amigo! Estimado usuário. Preencha o formulário abaixo para remeter a página. Foto: Pixabay O faturamento em dólar com as exportações brasileiras do agronegócio recuou 1,3% em 2024 na comparação com o ano anterior, totalizando US$ 164,4 bilhões. A informação é do boletim informativo do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, com base em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e da Secretaria de Comércio Exterior (Siscomex). A queda ocorre após quatro anos consecutivos de recordes no faturamento do setor. Apesar desse recuo, a desvalorização de 6% do real frente ao dólar em 2024 impulsionou o faturamento em moeda nacional, que registrou alta de 4,6%. Segundo o Cepea, a redução no faturamento em dólar está atrelada à queda de 3% no volume exportado pelo agro em 2024, mesmo com um leve avanço de 1,7% no preço médio dos produtos. A retração foi puxada principalmente pela menor exportação do complexo soja (grão, farelo e óleo) e do milho, que caíram expressivos 28,8%. Em contrapartida, houve crescimento nas exportações de algodão em pluma (+71%), café (+30%), açúcar (+22%) e carne bovina (+26%). Perspectivas para 2025 A expectativa do Cepea para 2025 é de um aumento na produção de soja, milho e algodão no Brasil, o que pode ampliar a disponibilidade para exportação e abastecimento interno. No entanto, os preços em dólar dependerão do cenário global, especialmente da oferta em países como Argentina, Estados Unidos e Ucrânia. Já no mercado de carne bovina, a oferta de animais deve seguir restrita devido ao ciclo pecuário, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Além disso, a demanda chinesa será um fator decisivo para a precificação da proteína, já que a China compra mais da metade das exportações brasileiras do setor. O Cepea também aponta que a cotação do dólar deve permanecer acima de R$ 5,50, o que pode favorecer o setor agroexportador. Porém, incertezas aumentam diante de novas imposições tarifárias no comércio global, o que pode impactar os preços dos produtos brasileiros no exterior e provocar mudanças nas parcerias comerciais entre países.