Agrogalaxy convoca acionistas para aprovar waiver com credores

Empresa tinha como covenant manter a alavancagem em até 3 vezes Após o anúncio de reestruturação interna, com mudança de presidente e fechamentos de loja, o Agrogalaxy comunicou que está negociando uma concessão de perdão temporário (waiver) de cláusulas contratuais com bancos e detentores de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) com os quais possui dívidas renegociadas. A informação foi veiculada por meio de fato relevante enviado na noite desta sexta-feira à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Em jogo está o cumprimento da dívida de R$ 839 milhões que a empresa tem renegociada com o Banco do Brasil, Santander e Citibank. Em setembro do ano passado, o Agrogalaxy pediu e conseguiu o alongamento para pagar o valor por até três anos. Porém, com o cenário incerto de preços baixos das commodities, lentidão nas vendas das indústrias de insumos e problemas do clima, a empresa poderia quebrar as covenants (cláusulas de endividamento). Para impedir que isso aconteça, o grupo de insumos agrícolas está apostando na isenção das convenants referente ao exercício de 2023. A Vert, securitizadora dos CRAs, convocará uma assembleia dos detentores dos títulos para aprovar o waiver. De acordo com fontes consultadas pela reportagem, esse movimento é uma espécie de ‘fôlego’ para que a empresa possa cumprir com os covenants de 2024 e pagar as dívidas no fim deste ano. O pedido acontece em meio a auditoria para o fechamento dos dados do ano fiscal - programado para abril - que pode registrar quedas no faturamento causadas pelos efeitos do El Niño nas lavouras, que prejudicou a dinâmica de mercado das indústrias de insumos. A reportagem apurou que a empresa já teria alinhado o movimento com as instituições financeiras para evitar surpresas e conseguir aprovar a operação na assembleia de credores de CRA, que deve acontecer em dois momentos. O primeiro deles com a votação da maioria, e em um segundo com aprovação de 20% dos presentes. Até o momento, o Agrogalaxy fechou 19 lojas, demitiu pouco mais de 80 pessoas e nomeou como novo presidente executivo Axel Labourt, atual vice-presidente de operações da companhia, que assume a função em 1 de março em substituição a Welles Pascoal. Nesta sexta-feira, no fechamento da bolsa, os papéis do Agrogalaxy ON caíram 9,91% na B3, cotados a R$ 2. Na abertura do dia, as ações estavam precificadas em R$ 2,21 cada. Na última terça-feira, o grupo de insumos agrícolas anunciou um novo presidente e cortes operacionais, o que fiz o mercado reagir. As ações acumulam queda de 78% em 12 meses até janeiro, sendo que os picos resultaram de movimentações pontuais de retirada de grandes volumes de ações. Logo após a comunicação da reestruturação operacional desta semana, a XP comunicou que levou as ações da empresa em revisão e que, mesmo com o aporte de R$ 150 milhões e um contrato de empréstimo de R$ 38 milhões com o acionista controlador, avaliando que a companhia poderia não cumprir com o covenant manter sua alavancagem (dívida líquida sobre Ebitda) em até 3 vezes. Segundo o balanço mais recente do Agrogalaxy, referente ao 3º trimestre de 2023, a dívida líquida da companhia era de R$ 1,745 bilhão no fim de setembro, e a alavancagem encerrou o período em 4,2 vezes, ainda acima do covenant para o fim de 2023.

Fevereiro 9, 2024 - 21:30
Agrogalaxy convoca acionistas para aprovar waiver com credores
Empresa tinha como covenant manter a alavancagem em até 3 vezes Após o anúncio de reestruturação interna, com mudança de presidente e fechamentos de loja, o Agrogalaxy comunicou que está negociando uma concessão de perdão temporário (waiver) de cláus >>>

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